Mitos e Verdades sobre o HIV e a AIDS: Desvendando Equívocos e Fatos Importantes

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Por Vitor Dias

Se há algo que permeia o cenário do HIV e da AIDS, são os mitos e verdades que circulam sobre essas condições de saúde. É crucial dissipar equívocos e disseminar informações precisas para promover a conscientização e a prevenção.

Neste artigo, vamos explorar alguns dos mitos mais comuns e as verdades fundamentais sobre o HIV e a AIDS, destacando a importância de compreender a realidade por trás dessas questões.

Mitologia: HIV e AIDS são a mesma coisa

Um dos equívocos mais comuns é a confusão entre HIV e AIDS. Por exemplo, muitas pessoas acreditam que são termos intercambiáveis, quando, na verdade, representam estágios diferentes da mesma condição.

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o agente infeccioso que pode levar ao desenvolvimento da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), que é o estágio avançado da infecção pelo HIV.

Verdade: HIV pode ser transmitido por diversos meios

Além disso, é crucial compreender que o HIV pode ser transmitido por meio de diferentes vias. Por exemplo, o contato sexual desprotegido, o compartilhamento de seringas contaminadas e a transmissão vertical da mãe para o filho durante a gravidez, parto ou amamentação são algumas das formas de disseminação do vírus.

Portanto, a prática de sexo seguro, o uso de preservativos e a adoção de medidas de prevenção são essenciais para evitar a transmissão do HIV.

Mitologia: HIV é uma sentença de morte

Um dos mitos mais prejudiciais é a crença de que o diagnóstico de HIV é uma sentença de morte. No entanto, com os avanços significativos na medicina e no tratamento do HIV, essa afirmação não poderia estar mais distante da verdade.

Por exemplo, os medicamentos antirretrovirais modernos são altamente eficazes na supressão do vírus, permitindo que as pessoas que vivem com HIV tenham uma vida longa e saudável. O tratamento adequado pode prevenir a progressão da infecção para a AIDS.

Verdade: Testes de HIV são essenciais para a prevenção e o tratamento

Além disso, é fundamental reconhecer a importância dos testes de HIV na prevenção e no tratamento da doença. Realizar o teste regularmente permite que as pessoas saibam seu status sorológico, o que é crucial para iniciar o tratamento precocemente, se necessário, e para adotar medidas preventivas para evitar a transmissão do vírus a outras pessoas.

PEP (Profilaxia Pós-Exposição)

A PEP consiste em tomar medicamentos antirretrovirais por 28 dias após uma possível exposição ao vírus HIV, como em casos de:

  • Relação sexual desprotegida
  • Acidente com material biológico (agulhas, objetos cortantes, etc.)

O objetivo é evitar que o vírus se instale no organismo e cause a infecção pelo HIV. Quanto mais rápido iniciar o tratamento com antirretrovirais após a exposição, maiores são as chances de sucesso.

PREP (Profilaxia Pré-Exposição)

O PREP é a ingestão diária de um comprimido de antirretrovirais por pessoas com alto risco de infecção pelo HIV, como:

  • Profissionais do sexo
  • Casais sorodiscordantes (um parceiro é HIV positivo)
  • Pessoas que fazem sexo com múltiplos parceiros

Estudos demonstram que o PREP pode reduzir o risco de infecção pelo HIV em até 92% quando tomado corretamente. É uma estratégia de prevenção adicional, mas não substitui o uso de preservativos. Ambas as profilaxias são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde e assim, têm se mostrado eficazes na prevenção e controle da epidemia de HIV/AIDS quando utilizadas corretamente e combinadas a outras medidas preventivas.

 

Profilaxias e o SUS

A PEP está disponível no SUS desde 2005 e é regulamentada pelo “Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de Risco à Infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais.

O PREP foi incorporado ao SUS em 2017 e é destinado a populações com maior vulnerabilidade e risco aumentado de infecção pelo HIV, como profissionais do sexo,Pessoas que fazem sexo com múltiplos parceiros, pessoas transgênero e casais sorodiscordantes

Conclusão

Em suma, é essencial separar os mitos da realidade quando se trata do HIV e da AIDS. Promover a conscientização, combater o estigma e fornecer informações precisas são passos fundamentais para prevenir a disseminação do vírus e garantir o acesso ao tratamento para aqueles que vivem com HIV. Ao desafiar equívocos e disseminar verdades, podemos construir uma comunidade mais informada e solidária em relação ao HIV e à AIDS.

Perguntas Frequentes sobre HIV e AIDS:

 

  1. Quais são os sintomas precoces do HIV?
    • Os sintomas precoces do HIV podem incluir febre, dor de cabeça, fadiga e gânglios linfáticos inchados, mas nem todas as pessoas infectadas apresentam sintomas.
  2. Quão eficazes são os preservativos na prevenção do HIV?
    • Os preservativos são altamente eficazes na prevenção da transmissão do HIV quando usados corretamente e de forma consistente.
  3.  As transfusões de sangue podem transmitir o HIV?
    • No mundo desenvolvido, os rigorosos protocolos de triagem tornam as transfusões de sangue seguras, mas em áreas onde os testes de HIV não são amplamente disponíveis, há um risco.
  4. Quais são os efeitos colaterais dos medicamentos antirretrovirais?
    • Os efeitos colaterais dos medicamentos antirretrovirais variam de pessoa para pessoa e podem incluir náuseas, bem como, fadiga e alterações nos níveis de lipídios e glicose.

Referencias

Silva Junior, Aureliano Lopes da et al. “‘Irmandade travesti é a nossa cura’: solidariedade política entre travestis e mulheres trans no acesso ao cuidado em saúde e à prevenção ao HIV.” Saúde em Debate (2022)

Costa, Neuza Cristina Gomes et al. “O uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV por usuários no estado do Mato Grosso, Brasil.” OBSERVATÓRIO DE LA ECONOMÍA LATINOAMERICANA (2024)

Mora, Claudia et al. “Peças de comunicação governamentais sobre as profilaxias pré (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV (2016-2019): análise de seus conteúdos e circulação entre gays, mulheres trans/travestis e trabalhadoras sexuais.” Saúde e Sociedade (2022)